Foi muito gostoso viver o dia 21 de outubro de 2015 e poder lembrar das projeções de Hollywood sobre as inovações tecnológicas que teríamos disponíveis. Em algumas coisas eles acertaram em cheio, outras, entretanto, erraram apenas na data, pois em 10 ou 20 anos certamente teremos skates e outros dispositivos voadores.
Para além da emoção deste encontro com a data programada pelo cientista Emmet Brown (Christopher Lloyd) no carro-máquina-do-tempo, a oportunidade pede uma reflexão sobre o que imaginamos para o futuro e nossa capacidade de construí-lo.
Sem dúvida, hoje vivemos aquilo que sonhamos no passado. Quando em “Tempos Modernos” Chaplin, na condição de operário, tentava uma pausa no banheiro da fábrica e era interrompido por seu chefe lhe advertindo em uma grande tela instalada no próprio banheiro, estava lá a ideia de interconexão e de displays multimídias muito próxima da atualidade. Também as esteiras automáticas e as comidas servidas por equipamentos eletromecânicos fazem parte do nosso dia a dia e até as roupas que faziam a família dos Jetsons voar é realidade em laboratórios de física.
Talvez, no sonho coletivo tenha faltado um pouco mais de criticidade para que as novas tecnologias pudessem trazer também mais justiça social, respeito entre povos e até igualdade de gênero, coisas que ainda estamos quase naquele passado.
Fica aqui o desafio: que o “De volta para o Futuro IV” recupere toda a dívida social que acumulamos nos últimos 30 anos, mas que ele não nos castigue programando no novo mundo para muito longe.
Vamos pensar em criar futuros desejáveis?